Os Primeiros Imigrantes

Vista como uma terra nova repleta de oportunidades, os primeiros Italianos a migrarem para o Brasil tinham um sonho em comum: a esperança de uma vida melhor. Partindo principalmente dos portos de Genova e Napoli, os primeiros a se aventurar em terras brasileiras partiram entre 1870, sendo as décadas de 1890 a 1910 o período onde houve o maior fluxo de imigrantes no país.

Eram tempos difíceis. A maior parte dos italianos eram lavradores de origem humilde. Conveniente para o Novo Mundo que se erguia com vertiginosa rapidez, os conhecimentos técnicos da agricultura eram bem vindos. Os imigrantes vênetos eram preferencialmente escolhidos pelos divulgadores da terra de oportunidades do outro lado do atlântico, pelas características que envolviam aquele povo, sendo o apreço pelo cultivo da terra, a família e a religiosidade.

Aqui chegando, concentraram-se formando grandes colônias, maior parte no Sul e Sudeste do Brasil. Nas fazendas de café, os italianos substituíram a mão de obra escrava, recém liberta pela Lei Áurea, ocasionando uma série de conflitos entre italianos e fazendeiros que, até então, não estavam acostumados a remunerar a população escrava.

No Sul, as então terras devolutas de propriedade da coroa real, foram cedidas, divididas e distribuídas aos novos colonos para que prosperassem. Cada pedaço de terra valia, na maior parte das colônias, a quantia de 1500 réis, que o colono teria que quitar conforme seu rendimento mensal. Muitos levaram anos para conseguir pagar o seu pedaço de terra. Durante a semana os colonos trabalhavam nas lavouras, bem como, durante o período noturno e aos sábados construíam suas residências, estradas, praças e igrejas. Os domingos e dias santos eram reservados para o descanso e a oração.

Com o passar das décadas, a cultura italiana firmou raízes significativas em terras brasileiras, refletidas no comportamento, gastronomia, hábitos e vocabulário, transformando o Brasil no país com o maior número de descendentes de italianos fora da Itália.